segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Ela soava de um jeito meio despreparado para a vida. Era tão frágil, delicada, mesmo que aparentasse ser tão ríspida e grossa, cuspindo as palavras que lhes viessem na cabeça, mas era como uma pluma por dentro. Uma pluma que voa para longe com uma leve brisa costeira. Para lidar com a moça, era necessário ter uma boa dose de paciência, muita calma e cautela, porque apesar de ser chamada de “um livro aberto’’, ela escondia segredos profundos, que nem mesmo seu mais íntimo ser ousava descobrir. E para magoá-la, não era preciso muitos esforços, apenas algumas frases mal feitas, apenas alguns sussurros ao pé do ouvido, e algumas mentiras ilusórias. Porém, para encantá-la, era necessário menos ainda. Apenas alguns abraços, consolo, uma mão estendida, um sorriso irônico, e a pequena já estava entregue. Era tão tola, mas isto a tornava doce! Seria incoerente dizer que ela aparenta ser tão forte porque gostava de ser, ou porque já era acostumada. A vida a transformou e exigiu dela um pouco de frieza, de noites mal dormidas e um bom livro para descansar a mente. A vida fez com que a pequena se preocupasse mais consigo do que com os outros, a ser a prioridade.Porém, ela também desabava nas noites sem luar, ela também soluçava de dor enquanto permanecia recolhida em seus aposentos. Se parecia com um bebê, que chora por motivos que ninguém sabe ao certo. Ela era uma criança apenas. Tinha muito a descobrir, tinha muitas coisas a aprender, tinha ainda muitos sorrisos à sua espera, mas também, muitas lágrimas para quem sabe, crescer e amadurecer. E enquanto ela não aprende, tenta manter a calma, se recosta sobre o travesseiro molhado e escreve um pouco, para relaxar, para estimular um pouco uma virtude, a paciência.Assim ela aos poucos crescia. Muitos não percebiam, mas lá no fundo de seu peito, brotava aos poucos uma nova menina, com não apenas um jeito forte, mas com um coração novo e sólido.
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